Todo
mundo tem um poço dentro de si. Alguns não sabem que ele existe,
nem onde se esconde, mas acho que, em algum momento da vida, a
maioria se depara com ele. Talvez, maioria dessa maioria não se
interessa pelo que existe lá embaixo, simplesmente junta um monte de
folhas secas e galhos, joga por cima e nunca mais passa por aquele
caminho. Outra porção de gente fica lá em cima olhando,
incomodados, mas têm medo de se jogar. Em geral, esses passam a vida
atormentados, porque não conseguem se jogar, mas não conseguem
esquecer. De tempos em tempos, lá estão de novo na beira do poço.
Penso que o primeiro grupo é o mais feliz...
Quando
a gente se joga no poço, deixa uma parte da vida lá fora. Sente-se
preso. Estaciona no tempo. A gente se encontra com as criaturas mais
estranhas, que jamais pensamos que existissem. Criaturas grotescas,
belas, fantásticas... E a gente percebe que elas sempre estiveram
lá. A gente sente medo e dor. Lá em baixo tem espelhos incríveis e
aterrorizantes. E há muitas perguntas passando no nosso caminho. E
não sabemos respondê-las... Precisamos?
Aceitação.
Essa deve ser a chave para a porta que permite transitar entre os
dois mundos sem machucados e arranhões. Aceitar o que? O que se é.
E quem você é? Esse é o grande desafio...
“Em
certo momento da sua vida você vai abrir seus olhos e se ver como
você realmente é. Especialmente por tudo que a tornou tão diferente de
todos os terrivelmente normais.” - filme: A menina no País das
Maravilhas.
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