segunda-feira, 22 de junho de 2015

O Poço

Todo mundo tem um poço dentro de si. Alguns não sabem que ele existe, nem onde se esconde, mas acho que, em algum momento da vida, a maioria se depara com ele. Talvez, maioria dessa maioria não se interessa pelo que existe lá embaixo, simplesmente junta um monte de folhas secas e galhos, joga por cima e nunca mais passa por aquele caminho. Outra porção de gente fica lá em cima olhando, incomodados, mas têm medo de se jogar. Em geral, esses passam a vida atormentados, porque não conseguem se jogar, mas não conseguem esquecer. De tempos em tempos, lá estão de novo na beira do poço. Penso que o primeiro grupo é o mais feliz...

Quando a gente se joga no poço, deixa uma parte da vida lá fora. Sente-se preso. Estaciona no tempo. A gente se encontra com as criaturas mais estranhas, que jamais pensamos que existissem. Criaturas grotescas, belas, fantásticas... E a gente percebe que elas sempre estiveram lá. A gente sente medo e dor. Lá em baixo tem espelhos incríveis e aterrorizantes. E há muitas perguntas passando no nosso caminho. E não sabemos respondê-las... Precisamos?

Aceitação. Essa deve ser a chave para a porta que permite transitar entre os dois mundos sem machucados e arranhões. Aceitar o que? O que se é. E quem você é? Esse é o grande desafio...

Em certo momento da sua vida você vai abrir seus olhos e se ver como você realmente é. Especialmente por tudo que a tornou tão diferente de todos os terrivelmente normais.” - filme: A menina no País das Maravilhas.


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