segunda-feira, 15 de maio de 2017

Mais um "dia das mães" sem minha mãe

Este final de semana eu assisti o filme "Sete minutos depois da meia-noite" (A monster calls) e o filme transformou em texto sentimentos que há muito tempo eu gostaria de expressar:

Quando uma mulher se torna mãe, como ela mesma diz, seus filhos se tornam sua vida. Ela já não se importa consigo mesma.

Eles apertam "sua barrigona" ou sua "bunda mole" sem se importarem em ofendê-la. Eles jamais a vêem como mulher. Ela é mãe. Deixou de ser mulher que quer se sentir bonita, atraente e desejada. Seu marido não recebe mais a mesma atenção e carinho. Agora, ela demanda dele as tarefas de pai.

Na adolescência, ela prova do mais amargo fel. Eles aprenderam que "a função dela" é cuidar do seu bem-estar e seu amor é incondicional. Rebeldes, eles levantam a voz, discutem, batem portas ou não a obedecem quando são contrariados. Ela se sente sozinha, culpada, como se toda sua dedicação tivesse sido vã.

Quando adultos, talvez ela encontre um pouco de amizade e, se eles já saíram de casa, talvez consiga pensar um pouco em si mesma. Mas, ela sempre será mãe. Eles vão aparecer sem avisar, vão sempre assumir que ela prefere passar qualquer feriado com eles do que numa viagem ou com amigos. Eles nunca duvidam disso, nunca perguntam. E ela estará sempre preocupada com o bem estar "das crianças".

E mesmo no leito de morte, uma mãe não pode morrer em paz, porque lhe dói mais pensar nos filhos que ficam, sofrendo sua ausência, do que na própria vida que se lhe esvai do corpo. Afinal, sua vida são eles.

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